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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Carta de uma alma se salvando a si mesma

"Sabe, menina, tenho percebido um brilho novo em seu olhar... Você anda sem medo, sem insegurança. Sorrindo para o mundo, e, sem nem perceber, ele vem sorrindo de volta para você. Um dia, quem sabe, toda aquela dor acabe, e não passe da lembrança de uma fase complicada em sua vida. Um dia, e eu sei que você está disposta a fazer esse dia chegar, sei que esses cortes não passarão de cicatrizes, assim como aquela pequenininha na canela de quando você caiu de bicicleta quando criança, lembra? Sua mãe te abraçou, fez carinho, ouviu você chorar e reclamar que doía. Ela te deu um beijinho, passou um mertiolate e logo passou. Onde estava sua mãe agora? - você se pergunta - onde ela estava para de dar um beijinho, passar um mertiolate nas feridas (e também no coração)? Posso te contar um segredo? Ela sempre esteve aí, ao seu lado, assim como todos que te amam e que escutavam seu choro baixo na madrugada, viam suas cicatrizes dos "arranhões do gato"... Você sabe que foi todo esse amor (mesmo sem perceber) que te reergueu, não sabe? Que, por ter pessoas acreditando em ti, você passou a acreditar em si mesma. Continua assim, meu anjo. Estou tão orgulhoso de você!
Sei que às vezes há umas recaídas, você ouve a dor gritar, mas sempre a cala com um lindo sorriso e com belas lembranças. Sei que nem todos os dias são ótimos, nem todas as pessoas são boas, nem todas as escolhas são livres de sofrimento. Mas sei, também, que sua fé em si está se tornando maior do que toda a parte ruim do mundo, você está aprendendo que, o mundo não é bom, mas você não pode deixá-lo te mudar, você sempre deve ser diferente dele.
Ainda há muito para aprender, para evoluir. Ainda existe dor, ainda existe sofrimento, ainda existem cicatrizes. A lâmina ainda está lá, escondida, em um lugar qualquer que ninguém pode ver. As pulseiras ainda estão lá, escondendo as consequências do passado. Mas, aos poucos, essas coisas vão deixando de ser necessárias, e você vai se erguendo, se transformando, se transbordando, se bastando. E, um dia, tudo isso vai passar. Eu tenho fé."

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