"Oi, eu sei que as coisas não têm sido fáceis. Shhh, não chora, não chora... Ok, pode chorar; isso, coloca toda essa dor pra fora, vai que assim passa...
Vish, não passou? Calma, menina! Levanta essa cabeça, enxuga esses olhos, estampa um sorriso nesse rosto. Isso, agora vai lá e finge que tá tudo bem! Quem sabe fingir faça as coisas melhorarem...
Ainda não melhorou? Um dia passa, meu bem. Fecha esses olhos e deixa o tempo passar, só ele pode curar essa ferida...
Quanto tempo já passou desde seu último coração partido, desde seu último tropeço? Bastante, né? E agora, você tá melhor? Não? Eii, não chora. Sei que chorar, fingir, esconder, deixar o tempo passar não são as melhores escolhas, não é isso que vai fazer toda essa dor passar. Sabe o que vai fazer? Sair. Ir pra balada. Dar a louca com as amigas. Se vingar daquele idiota que te fez sentir tudo isso!
Chegou em casa cedo, pequena! Percebeu que essas coisas não curam também? Aprendeu que se vingar não trará nada além de mais tristeza... Olha, pelo menos estamos tirando algo bom de toda essa dor: você está aprendendo! Continua assim, talvez seja o aprendizado que te reconstrua.
Ainda dói? Mas tanta coisa já passou, você já caiu, levantou, aprendeu a se reerguer; e essa dor nunca sara? Bom... Talvez só haja uma saída: para amenizar a dor de dentro, comece a se machucar por fora.
Quantas cicatrizes, quanta dor, quanto sangue. Você acredita que não vale nada, que o mundo estaria melhor sem ti, que você só causa problemas... Mas calma, menina. Não entrega os pontos dessa maneira. A morte nunca é uma salvação. Porém, o que seria uma salvação, então? O que curaria um coração estraçalhado? Essa pergunta me faço há tanto tempo, mas nunca aparenta ter resposta. O que me resta? Seguir a vida, respirando - e não vivendo; sofrendo -e não aproveitando, querendo -mas não acreditando. Quem sabe um dia, de tanto respirar, sofrer e querer, eu não passe a viver, aproveitar e acreditar?"
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